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Neurociência do amor

04 Junho 2015
Author :   Profa. Sarah Cassimiro Marques


Você que já sentiu aquele friozinho na barriga, mãos suadas, pernas bambas e coração acelerado ao se encontrar com alguém? 

 

Essa mesma pessoa não sai dos seus sonhos? Você literalmente dorme, levanta, toma banho, come, trabalha, dirige e estuda pensando nela? Parabéns...você está amando!

A Neurociência já está estudando sobre o assunto e já é capaz de afirmar o amor não está no coração e sim, no encéfalo.

Esse sentimento, por vezes nomeado de amor ou até mesmo paixão, é um estado afetivo completamente intenso que domina a atividade psíquica como um todo, sendo capaz de dirigir a atenção e o interesse do indivíduo em uma única direção, inibindo os demais interesses. Pesquisas relatam duas fases do amor romântico: atração e apego. O primeiro ocorre logo no início quando há pensamento assíduo em relação à pessoa desejada. Tal frequência leva a uma fixação no ser amado e em suas características. Emparelhadas a tais comportamentos estão a maximização ou exclusão de emoções como entusiasmo, medo, incerteza, timidez, esperança... um verdadeiro alvoroço de emoções acompanhadas de reações fisiológicas. Pesquisas indicam que a substancia química envolvida, feniletilamina, está presente em toda essa fase de atração que dura cerca de 18 meses a três anos, pois os neurônios do sistema límbico habituam-se a essas substancia.

Já a segunda fase, o apego, está relacionada com sentimentos de calma, paz, segurança e conforto. Nessa fase há aumento da produção de endorfinas, ocitocina e vasopressina. Esses dois últimos são hormônios envolvidos no nascimento de uma criança e podem desempenhar um papel importante na formação de apego. Quando os pais começam a cuidar do bebê, também iniciam uma fase no seu relacionamento em que nutrem e promovem o apego recíproco. Além disso, através de técnicas de neuroimagem funcional, os neurocientistas SemirZeki ,e Andreas Bartels, do UniversityCollege London fizeram um experimento mostrando as áreas cerebrais ativadas pela visão de fotos da pessoa amada, por filhos e aquelas ativadas em ambas as condições. Além desses hormônios, ocitocina e vasopressina, as áreas da paixão estão envolvidas com o neurotransmissor dopamina.

Esse neurotransmissor é liberado em situações de prazer e está relacionado com o sistema de recompensa cerebral, composto por diversas estruturas anatômicas (área tegmentar ventral, núcleos accumbens, córtex pre´-frontal) ligadas aos mecanismos de recompensa que regulam os comportamentos motivados. O prazer é gerado especificamente por sistemas neurais dedicados a recompensar o próprio cérebro com sensações agradáveis quando o objetivo de suas ações é alcançado, ou ele é surpreendido por alguma novidade interessante. Comportamentos e substâncias que ativam o sistema de recompensa fazem o cérebro passar a associar a causa da ativação à sensação de bem-estar e prazer criada em seguida pelo corpo. Assim, a imagem, o cheiro, o tipo de roupa, a voz da pessoa que provoca prazer são associados com emoções positivas e vão relembrar tal pessoa assim que forem detectados no ambiente, mesmo na ausência do indivíduo.

Tanto no amor fraterno quanto no direcionado ao parceiro, pode-se perceber a vantagem evolutiva de tais mecanismos neurais na perpetuação da espécie. Emoções e sentimentos que promovem a aproximação e manutenção entre machos e fêmeas, assim como deles com os filhos servem para acasalamento, procriação e possibilitam maiores chances de sobrevivência da prole. Porém, alguns pesquisadores afirmam que há uma terceira fase do amor: a separação. Nem todos os casais passam por essa fase, mas ela mostra-se cada vez mais comum.

E o sexo? Muitas outras pesquisas relatam uma série de substancias relacionadas ao desejo e comportamento sexual, mas isso é para outro momento. Afinal, o fantástico de Neurociências é sempre ficarmos com um gostinho de quero mais.

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